Ícone de elegância e estilo, ela comenta o caso Uniban, compara gerações e fala de seu livro, "Confidencial"
Por Isadora Troncoso – especial para o Mundo Ela
Aos 70 anos, Costanza Pascolato é mais do que um exemplo de elegância: é um modelo de jovialidade. Adotando cada vez mais a simplicidade em sua vida, Costanza deixa transparecer a calma e a suavidade que alcançou com um modo de viver mais saudável. Tenaz, concilia a administração da empresa têxtil que herdou do pai, as consultorias de moda, as funções de autora de livros e sua vida pessoal e familiar – é também mãe e avó.
A experiência que acumulou em todos esses anos de carreira, Costanza divide com os leitores em "Confidencial, segredos de moda, estilo e bem-viver", seu terceiro livro lançado. E é em tom de uma conversa agradável com uma amiga que ela vai contando as suas histórias e dando dicas para os leitores.
Em breve passagem por Belo Horizonte para promover "Confidencial", Costanza falou para o Mundo Ela sobre o livro e o universo feminino em entrevista:
Para quem você escreveu o livro?
Eu não queria escrever esse livro, detesto escrever. Mas o fiz por amor à minha filha, que é editora e acredita no sucesso das minhas histórias. Depois de pronto, achei que teria como leitoras as mulheres da minha idade, mas vi que também as filhas delas e pessoas do mundo da moda estavam lendo. Descobri que senhores e rapazes estavam comprando o livro para presentear suas esposas e namoradas.
Qual é a principal diferença entre este e os seus outros dois livros?
Este livro traz, sobretudo, minhas experiências mais recentes. É mais completo porque fui descobrindo e aprendendo mais coisas, tanto com as situações boas quanto com as situações mais difíceis da vida. Faço meditação há 8 anos, e quando a gente aquieta a mente fica mais inteligente, consegue pensar e viver melhor. Cuidar de si não tem a ver apenas com a beleza, tem a ver com a saúde e a qualidade de vida.
Como você vê as mulheres de hoje?
As últimas gerações, principalmente nas cidades grandes, têm tido um comportamento que reflete a falta de limites e de disciplina. Isso é resultado da forma com que os pais estão cuidando de suas crianças. Essa falta de civilidade demonstra como as pessoas não têm ideia de como viver em comunidade. O caso da aluna da Uniban, por exemplo, confirma que os jovens de hoje carregam a semente da violência, não têm ideologia nem educação. Fico chateada e me sinto realmente atingida quando vejo uma mulher desmoronar na mídia. Depois do tanto que lutamos para ocuparmos um espaço de destaque na sociedade, é triste ver que algumas mulheres ainda não se comportam bem.
E a moda de hoje, como está?
A moda hoje não é mais um privilégio para poucos. Nos anos 1980, por exemplo, as roupas não carregavam os códigos de moda que vemos atualmente, mesmo em lojas como a C&A e Renner, que não são lojas caras, colocam elementos da moda em suas roupas. Com isso, a moda está mais democrática, todo mundo pode comprar peças que têm uma referência de moda e a todos os preços. Outro ponto que percebo é que a moda tem estado cada vez mais casual. A nossa vida é casual, e no caso do Brasil, não temos centros urbanos como Nova York, que nos obrigam a estar vestidas de maneira mais formal, nem um clima que exija o uso de roupas tão elegantes.
E como está a moda lá fora?
Acompanho todos os desfiles, e nas vitrines de lá você vê vestidos normais, um tricô ou outro, mas tudo feito mais de algodão, jeans. O que você faz é montar um look, com acessórios, e se esquenta com um abrigo. Não tem mais vestidinho de lã, saia de lã, blusa de lã. É tudo algodão, mais fácil de lavar, e aí você põe por cima um casaco, um blazer, um cardigan. Acho que as roupas estão meio sem estação, porque quando você compra um vestido, por exemplo, você quer usar ele o ano inteiro, e completa apenas com uma peça para se abrigar, dependendo do clima.
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